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Crônicas

crônica sobre a ida

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Ontem morreu, de repente, a mãe de uma noiva que eu fotografei. Apesar do pouco contato ao vivo, trocamos alguns telefonemas. Eu gostava dela e do seu sorriso fechando os olhinhos. Perder uma mãe dia 1 de janeiro não é fácil. Não é fácil em dia nenhum, mas dia 1 é dia de recomeço, de esperança, dia de imaginar como será o ano todo, como uma tela em branco, um caderno com pauta limpinha. Um ano pronto pra ser rabiscado, colorido, escrito, rasgado, sentido.

E, de novo, venho eu com esses sentimentos clichés de vida e finitude. Mas é porque eu acho mesmo que viver é uma bênção. Eu não tenho vocação pra ser planta. Eu tenho vocação pra chorar sim, sofro que nem uma cachorra, vou ao fundo do poço e no dia seguinte estou lá, saltitando pela rua celebrando o sol quente que aparece entre as folhas das árvores. Eu não sou feliz o tempo inteiro e tenho pavor de gente assim. Mas eu tenho a mania de pensar em tudo que acontece, uma sensibilidade assim mesmo, “de ser sensível à…” Eu sou sensível à vida. Eu sou sensível à morte. Eu sou sensível à paixão. Eu sou sensível aos gestos de amigos. Eu sou sensível à minha família. Eu sou sensível à dor do outro. E ao riso também.

Não dá tempo de NÃO fazer. Eu não tenho tempo para NÃO ser. Eu não tenho tempo para NÃO sentir, não existir, não ser EU mesma na totalidade que meu coração aguenta ser. E isso significa falar, sentir, se expressar, só assim eu me sinto viva e existindo. Não adianta só viajar, só dançar, só beber, só ganhar dinheiro, só fotografar, se ali embaixo de tudo não estiver um pilar gigante do SENTIR. E eu sinto. MUITO. Sinto muito pela minha noiva que perdeu a mãe ontem. Sinto muito pelos que não estiveram com suas famílias nos momentos de amor. Sinto muita alegria em ver pessoas queridas felizes e realizando, sinto paixão por um homem, sinto muita gratidão pelas pessoas que me amam e demonstram e me cercam, sinto muita alegria em ver uma estrelinha perto da lua.

Eu sinto muito muita coisa. E eu falo, eu expresso, eu digo, eu coloco uma bandeira na janela da sala. Sabe por quê? Porque estou viva. Porque o que eu sinto é meu, é mutável, é efêmero assim como tudo. Jajá passa, jajá muda. E meus sentimentos não me aprisionam, meu querer não me envelhece, meu amor não caduca. O que eu sinto é meu. Eu amo você, mas o amor que vem é de mim, é meu. Eu me alegro com as coisas simples, mas é uma alegria minha e não da “coisa simples”.

Viver é sentir. E sentir sem ninguém saber não tem a menor graça. É tanto sentimento que ele transborda, alguém precisa compartilhar.

Lilian, querida, todo o meu sentimento pra você. Que o tempo seja mais amigo e passe rápido, que as boas lembranças permaneçam, que as fotografias te tragam sorrisos e que a vida tenha valido à pena pra ela. Muita luz e um AMOR GIGANTE pra consolar seu coração.

…

Carol

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