E de repente o espírito do Natal se faz presente aqui dentro. Bem piegas. Um telefonema de alguém que está passando por um delicado momento na vida me acende uma vela bem no meio do coração. E aos poucos vai iluminando cada cantinho do meu ser e eu tenho vontade de agradecer cada momento especial da minha vida.
As adversidades viraram nada. E eu, que sempre quis uma família, nesse Natal tenho todos presentes, inclusive um filho, bem no centro de mim. Eu e os meus temos saúde e isso a gente só dá importância quando não tem. Meus queridos estão vivos, saudáveis, vivendo a vida que escolheram.
E me pego lembrando os outros anos, os outros Natais. Sempre falta alguma coisa ou uma pessoa que se foi. Mas hoje sinto mesmo que tudo tem que estar como deve ser. Tudo está se encaminhando para algo maior e tudo que eu preciso está aqui: meu filho, meu marido, minha cachorra, nosso lar. E todos que precisamos estão aqui: mães, pai, amigos, familiares… e chego a conclusão: dinheiro a gente pede emprestado no banco, na família, com o amigo. Mas AMOR e SAÚDE, infelizmente, não tem um caixa. E me resta agradecer. Me resta celebrar tudo que me aconteceu esse ano, ligeiro, intenso, feito um furacão. E eu gosto mesmo disso, dessa montanha russa de sentimentos, dessas lágrima e sorrisos um atrás do outro que esses hormônios loucos pioram, ou melhoram, ainda mais. Eu gosto mesmo desse desafio que é a Vida.
Eu gosto de ser desafiada e achar soluções. Eu gosto de quebra-cabeças. Eu gosto de pessoas com quem eu posso contar. Eu gosto de ter memórias afetivas, emocionais. E eu adoro, é bem verdade, mostrar minhas vitórias. Adoro contar e relembrar como eu escalei montanhas, atravessei rios, me atirei de precipícios. Estou sim de frente a mais um desafio, aliás, vários. O primeiro e maior da vida, que é o de ser MÃE e os outros que acompanham esse momento.
Francisco, nome que escolhemos nem lembramos como, brotou entre nós e já chega causando um alvoroço. Eu adoro pessoas que me causam alvoroço! Que me obrigam a sair da zona de conforto, que me obrigam a escolher novos caminhos, ter novas ideias, que me exigem a olhar mais ainda para mim. Obrigada, Francisco, meu filho!!
Em algum ano, eu escrevi uma carta para Papai Noel, devo tê-la guardada aqui em algum lugar, pedindo uma família. As coisas não acontecem no nosso tempo, ô que pena, e agora ele invade minha janela e coloca ao lado do meu sapatinho um saco bem grande com presentes tão… tão GIGANTES! Primeiro não sei se é pra mim, depois não consigo nem agradecer de tão perplexa… em seguida, apenas abro os braços e recebo.
Eu recebo minha saúde, eu recebo o Tulio, eu recebo o Francisco, eu recebo o meu lar, eu recebo a saúde dos meus pais e irmão, eu recebo a alegria dos que eu amo tanto e recebo essa nova família que se forma e se agrega.
Papai Noel, nunca imaginei que eu fosse ser tão piegas no meu agradecimento. Nós sabemos que tenho as minhas dificuldades, mas temos a certeza de que é isso que esperamos no Natal e, ó, faz tempo que eu não me lembrava. Desde quando via você voando pela janela, lá da casa da vovó e do vovô e esses já se foram há tantos e tantos anos… Sabe aquela estrelinha que eu via no céu tendo a certeza de que era você? Ta aqui. Olha!
Esse é o meu MAIOR NATAL, MELHOR NATAL e mais GRATO que eu poderia ter.
MUITO OBRIGADA!
OBRIGADA, FELIZ NATAL!
Carol 🙂
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