Amanhã o filhote vai pra escola. Primeiro dia. Primeiro. Vou junto para a adaptação necessária.
Olho pra trás e lembro daquele bebezinho frágil, chorão, que acordava no meio da noite achando que era manhã. Fiquei com ele todos os dias, fiz questão de dar os banhos, amamentei manhãs tardes noites e madrugadas. Como ele chorava. Ultrapassei meus limites que eu nem sabia existir. Dormi sentada, talvez em pé, chorei de cansada. Chorei feito criança. Achei que minha vida tinha sido sequestrada. Quem era eu agora? Onde está eu? Eu quem? Dei colo, dei atenção, dei carinho, leite, noites, horas, dei a vida. Dei o que eu nem sabia que tinha pra dar. Fiz companhia pra ele nos seus primeiros meses de vida até que ele se tornou a minha companhia. Sentei no chão pra brincar, quis que ele dormisse mais do que ele de fato queria. Fiquei tão cansada. Tão cansada. Me senti tão sozinha na madrugada até que de repente ele se fez presente, me fez perder o medo de morrer exausta. Acordei irritada por ter acabado de deitar, dormi sem jantar, passei dias sem almoçar. E o que me diziam, aconteceu: passou.
Não sei se tudo mudou ou se me adaptei a nova condição. Mas, misteriosamente continuo acordando nas madrugadas sem me cansar tanto. Misteriosamente não me importo em faltar compromissos porque não posso deixá-lo sozinho. Como num passe de mágica toda essa avalanche de novidades, desespero, sono, amor, surpresa… faz sentido aqui dentro. Se você não tem filho, nem leia, não dá pra imaginar. Não dá. Foi a coisa mais forte, FORTE, ventania, tsunami, furacão que pode acontecer na vida de uma mulher. Desde que ela curta fortes emoções, como eu.
Aí, amanhã, ele vai pra escola. Escolinha, uniforme, mochila… Quase um ano depois de nascido. Quase um ano comigo 24h por dia 7x por semana. Chegou a hora. Preciso fazer o caminho inverso que eu tanto tanto senti falta e que agora tenho que relembrar como que se faz: o caminho de volta pra mim.
Eu quem?
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Carol 🙂
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