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Crônicas

Meus 30 anos!

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E de repente chegam os 30 anos. Outro dia eu estava deitada me lembrando de quando eu era criança e ficava imaginando o que eu seria quando crescesse. Jamais imaginaria que seria fotógrafa, muito menos de casamento. Fotografar casamento era aquela coisa chata, brega, coisa de velho. Seria eu escritora? Atriz! Eu queria ser atriz para poder ser tudo em uma pessoa só.

E os 30 chegam… Mudanças de cidade, escolha da profissão, um casamento falido, muitos amigos queridos, passeios, viagens. Em 30 anos eu aprendi a falar, andar! E também a beber, sorrir, transar. Contar mentiras e viver verdades. Desaprendi a me apoiar nos joelhos ou no ombro dos outros. Descobri dançar, fotografar, olhar ao redor, falar pelos cotovelos…

Amei um bocado! Desde cedo, desde sempre. O coleguinha da escola, o menino do curso, o homem sei lá de onde. Escrevia cartas, poesias, olhava para a lua e a cada ciclo era alguém diferente que eu pedia para mim! Até aprender, também, que tem gente que vale à pena querer por mais tempo!

Meus avós se foram, meus pais se separaram, eu me mudei sozinha. Mas antes, ao longo dos anos, tive muito colinho da vovó, conversas e baralho com o vovô; reuniões na varanda com meus pais e natais cintilantes. As coisas mudam! Que bom! Dá tempo para viver cada pedaço de cada fase. Boa ou não. E aí sim, mais uma vez você aprende a não só ficar em pé, mas a também dar passos sozinha.

Hoje não quero ter filhos, hoje não quero casar de verdade. De verdade é pra valer, é dividir a vida e não ter festa e cerimônia. Casar não é isso. Mesmo. Mas pode ser que um dia eu queira. A liberdade cansa, juro! É tanta liberdade que você fica tonta! Liberdade de ir e vir, de viver, de trabalhar, de horários, de sexo, de SER! Eu sou tão livre que não sei bem o que fazer com isso, ou se tem alguma coisa para se fazer quanto a isso. Inclusive a liberdade de não fazer nada e ficar em casa num dia de sol. Ou de não querer beber até cair, ou de qualquer coisa! Óbvio que minha liberdade tem limitação, mas ainda não me dei de cara com ela, talvez porque o que eu
queira está dentro dos meus limites.

Ah, mas a culpa! Ah a culpa corta em picadinho essa liberdade. Quando ela chega eu espero ela ir embora e volto para onde eu estava. Eu fui e vim. Disse e desdisse. Não fazia e fiz! Não queria e sonhei. Um círculo, um ciclo, vários…

Já contei que dei aula de dança do ventre? Anos… e também fiz velas, bijouterias, ponto cruz! Fui professora de fotografia de uma ong, depois da Federal de Pernambuco, também monitora do laboratório de revelação. Mas antes apresentei programa na TV Universitária, bem como escrevi para um site sobre cultura. Ah! Já fiz de tudo! Até dar aula em inglês de português para umas vizinhas chinesas! E eu adoro lembrar disso tudo!

Também adoro me lembrar das minhas paixões! Platônicas, reais, qualquer uma! Era muito engraçado, até quando doia. Na escola, no primeiro ou segundo ano, eu devia ter uns 15 anos… fui estudar num colégio de freira e durante a missa eu só olhava para a estátua de Jesus e agradecia: Meu Deus como é bom isso de se apaixonar! OBRIGADA!!! hahahaha! Era tudo bom! Ainda é! Pô tive decepções absurdas! E daí? Faz parte dos meus 30 anos também! Amor bom e ruim, paixões correspondidas outras não, sexo muito bom, sexo horroroso, sexo com amor, sexo casual, sexo inconsciente, sexo super consciente! ê 30 anos!

Meus 30 anos me trouxeram independência financeira, juntando isso a minha liberdade no trabalho e sendo solteira -sem filhos- (talvez o principal) faz com que de uma hora para outra eu decida pegar um ônibus para Juiz de Fora, chegar lá passando mal da viagem, ficar 2hs com sua melhor amiga depois seguir, de ônibus, de novo, para SP só para fazer compras… com ela. E no final ainda ter que rebolar para pagar as contas de casa! Sim! Aos 30 (e muito antes) não tem mais papai e mamãe para pagar aluguel, luz, celular, velox, cartão, comida, bebida…. ui!

Ah! mas os 30 anos!!! Estou achando tudo lindo, exceto pelo fato de, no momento, eu não estar apaixonada por ninguém. Aí sim eu diria que cheguei aos 30 como em tudo na minha vida pequena: trabalhando, me divertindo e apaixonada. Apaixonada babaca, daquelas que você dorme e sorri? Sabe?! Maravilha!!! Ou trabalha e pára pra rir, ou não pára e ri mesmo assim! Eu me apaixono babacamente. O único que escapa é o trampo! O trabalho está numa redoma que ninguém mexe, fora isso, babaca. ADORO! Babaca de um homem só. UM SÓ, até eu não me sentir mais feliz ou achar que não o faço mais feliz, arrumo minha sacolinha, ponho nas costas e… ah meus 30 anos!!!

Não sei ainda me livrar de algumas culpas, não isso ainda não. Não sei ainda lidar com a raiva e a frustração. Ainda tenho mau humor nas manhãs, ainda não acordo cedo, ainda olho o céu antes de dormir. Ainda não tenho paciência. Ainda sou grossa e, algumas vezes, bipolar. Ainda me recolho, ainda me isolo quando não estou bem, ainda me sinto um bicho do mato quando conheço novas pessoas. Eu ainda sorrio feito criança, eu ainda me apaixono como adolescente, eu ainda fico feliz com pequenas surpresas, eu ainda faço birra e me irrito, eu ainda sou preguiçosa, eu ainda choro um dia inteiro por nada, eu ainda ouço música e faço um filme na cabeça… Eu não acredito mais tanto nas pessoas, eu não espero mais tanto das pessoas, eu não sou mais tão ciumenta e possessiva, eu penso, às vezes, antes de falar… alguma coisa tinha que mudar! Eu espero mais do que me desespero. Eu não acho mais que o mundo gire a meu redor, que pena! Eu não preciso mais uma pessoa para me sentir inteira, mas eu posso querer. Eu não sofro mais durante meses quando um relacionamento se acaba! Eu entendo que as coisas não saiam como planejei e não dou mais chilique! Muitas vezes até gosto das surpresas! Eu ainda não sei dividir tudo, mas aprendi um pouco. Eu ainda odeio lavar a louça dos outros. Eu ainda odeio a bagunça dos outros. Eu ainda reclamo dos outros o que não reclamo de mim mesma. Eu ainda tenho esperança de ficar melhor para mim mesma, por isso faço terapia há… 30 anos!

Aos 5 anos fui morar em Brasília, aos 10 no Rio, aos 11 em Brasília, aos 15 anos fui morar em Salvador, aos 17 em Recife… Ah, 30 anos!
Aos 26 anos meus pais se separaram. 30 anos
Aos 26 saí de casa sem saber se teria grana para me bancar. 30 anos
Aos 24 minha vó querida morreu. Aos 11 o meu avô.30 anos.
Aos 28 fui dividir apartamento com um cara que eu nunca tinha visto na vida. Virou meu irmão. 30 anos.
Aos 27 me separei. 30 anos.
Aos 28 me mudei para o Rio, de volta a minha cidade após 18 anos. 30 anos.
Aos 15 eu tive minha primeira paixão de adolescente.
Aos 16 ganhei um prêmio no colégio pela melhor peça de teatro escrita por mim!

Em resumo, nada demais!
Mas TUDO MEU, TUDO MINHA! Minha vida, minha história, meus passos, meus sonhos, minhas conquistas e minhas derrotas. Não escalei montanhas, não pulei de asa-delta, não tive filhos, não viajei com mochila nas costas, não esquiei, não fiz ménage à trois, não mergulhei com tubarões. Fiz o que era para ser feito dentro da minha vida e das minhas vontades e possibilidades. Nada que ainda não possa ser feito, nada do que eu me arrependa. Ok… talvez uma coisa ou outra eu fizesse diferente, mas TUDO que fiz, FIZ porque era só o que eu podia fazer naquele momento. Isso eu também aprendi no ALTO dos meus 30 aninhos 😉

AH!!! Meus 30 anos! No dia do Valentine´s day, no domingo de Carnaval, no dia que o Salgueiro desfila, tudo isso, 14 de fevereiro! Uhuuu!!!

Era para a boneca sorrir!
Era para a boneca sorrir!

Carol

carol

Araruama, casa da vovó.
Araruama, casa da vovó.
3 anos! carnaval!
3 anos! carnaval!
descobri pq adoro elefantes :D
descobri pq adoro elefantes 😀
meus dentes juntaram sem aparelho!
meus dentes juntaram sem aparelho! ufa!
25 anos
25 anos

Tags: aniversário, Carol Pires, pensamentos

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