Sábado eu tive uma experiência NOVA! Quem não trabalha com casamentos me fala que eu devo enjoar de ver tanta coisa igual! Ué, mas médicos tratam das mesmas doenças, advogados cuidam de causas parecidas, professores ensinam as mesmas coisas todos os anos E, NEM POR ISSO, eu acredito que seja sempre tudo igual. E, de fato, não é NADA igual 🙂
Pois sábado, dia 27 de junho foi o MAIS diferente de todos os casamentos que eu já fui. Os motivos? A Força da NATUREZA e a FORÇA DA NOIVA MARISE! Lá vai a história!!
Era uma vez… uma noiva chamada Marise que me mandou um e-mail perguntando se eu fazia casamento em Bananal. A minha resposta foi bem sincera: Onde danado é Bananal?? 😀 Depois que eu soube que era na divisa Rio-SP então eu estava em casa! Vamos simbora para Bananal! Sábado de manhã a van contratada pela Marise e pelo Cobra (ah vou chamar o noivo de Cobra mesmo pq todo mundo só o chama pelo sobrenome) veio me pegar aqui em casa e fomos juntos eu e o grupo NÓ MOLHADO para o hotel fazenda. Duas horas e pouquinho de estrada ouvindo samba de primeira! Os meninos tiraram o cavaquinho, pandeiro, reco-reco e tudo mais que eu tinha direito a ouvir no trajeto!!! ADOREI!!!! Fora a paisagem LINDA no caminho!
O hotel fazenda Três Barras é uma gracinha! E foi ali o cenário da nossa história de amor da Marise e do Cobra!
Até a noite cair, o friozinho chegar e os 300 convidados lotarem o lugar! Era, enfim, a hora de dizer SIM!
Ela entrou com música de Nando Reis!!!
O allstar que só faltou ser azul!
A grinalda que foi da mãe dela e inspirou o vestido feito pelas AS MENINAS
E tudo terminou num beijo apaixonado por esse casal lindo de viver!!!! E a festa era agora! DJ da Melt, sambão do Nó Molhado, estava tuuuudo indo muito bem….
… Até que…. uma chuva começou a cair. Choveu, ventou, os trovões ecoavam pela serra e o raios iluminavam o céu de Bananal e tome do povo beber: cerveja, saquê, vinho branco, vinho tinto, caipiroskas mil, espumante, e dança e bebe e come e os trovões rachando as nuvens lá em cima!!! E o DJ deu uma parada e os meninos do samba assumiram o posto!
MAS… só fizeram o esquente, só deu tempo dos tamborins aquecerem porque de repente…. no meio da chuva, no meio da dança, das luzes coloridas, das pessoas felizes a água da chuva apertou, começou a subir, água, água, água e um ESTRONDO! Um barulho com se o céu tivesse rachado e ao mesmo tempo aberto uma fenda de LUZ!!! Tá, chega de poesia, um RAIO CAIO NO MEIO DA FESTA!!! O clarão subindo pela pista de dança, as caixas de som fazendo um barulho ensurdecedor e o cheiro de queimado subindo…. sim…. a festa tinha “acabado” em um milésimo de segundo e aqui acabaria a história do casamento SE, e somente SE não fosse O casamento da MARISE com o COBRA, fotografado POR MIM e tocado pelo NÓ MOLHADO! OXE! A galera do samba em meio minuto arrastou as cadeiras para o centro da festa, arrancou os fios, microfones e não teve dúvida: É no Gogó!!!!! A Marise estava desolada com os olhinhos cheios de lágrima quando a verdadeira roda de samba se formou! E eu, delicadamente, pedi para ela dançar no meio da roda… e ela, chorosa e triste… FOI!

E o samba era nada mais nada menos que…
Quando eu não puder
Pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas
Não puderem agüentar
Levar meu corpo
Junto com meu samba
O meu anel de bamba
Entrego a quem mereça usar…
Eu vou ficar
No meio do povo, espiando
Minha escola
Perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final…
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final…
Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
O morro foi feito de samba
De Samba, prá gente sambar…
E a FESTA ESTAVA FEITA!




E eu já tinha ficado arrepiada, chorado, fotografado! e o que aconteceu foi que Marise não deixou o samba morrer, a festa acabar e nem a alegria ir embora! Ela estava casando com o homem da vida DELA!! E as pessoas em volta batendo na palma da mão! “Tristeza, por favor vá embora/ Minha alma que chora/ está vendo o meu fim/ Quero voltar àquela vida de alegria/Quero de novo cantar”
E é isso! O Nó Molhado levou o casório no gogó! O Cobra morreu de feliciade vendo a sua Marise sambar até o fim e a Marise… AH! A Marise ganhou o TROFEU NOIVA DE TODOS OS ANOS!!!!! E mostrou que casamento é AMOR, É FELICIDADE, É QUERER ESTAR JUNTO e, se as pessoas estão ali convidadas, é porque querem participar desse momento de amor!!! OBRIGADA MARISE Por não deixar a peteca cair, alegrar e EMOCIONAR TODO MUNDO que estava ao seu redor 🙂 MARISE VOCÊ É FODA!!!!!!!!!!
Meu cabelo molhado da chuva, casacão contra o frio de 7 graus e ALEGRIA de estar ali! OBRIGADA Marise e Cobra 🙂
E sobre o samba, virei fã! Sextas de julho no Espelunca Chique do Jardim Botânico. Eu vou!!! Porque o samba não pode parar!!!