Após cinco horas de estrada chegamos à Paraty! Era noite então puder ver várias lampadinhas pelas ruas que levemente iluminavam bandeirinhas suspensas no ar. Bastou isso para que eu entrasse em êxtase! Era, finalmente, São João! O carro foi entrando na cidade e apareceram barraquinhas! – Barraquinhas!!! deve ter milho quente! Deve ter coisa pra comprar! deve ter, deve ter, deve ter!!! E eu batia palmas e sorria e disse: estou tããão feliz! pega um pouquinho pra você! – Alguém tem que ficar sério e mal humorado nesse carro, vc está feliz demais, assim não dá! – e rimos dessa declaração completamente verdadeira dentro de uma mentira, óbvio que ele também estava achando aquilo muuuito legal! Ou não… vai saber!
Não fotografei à noite, chegamos tarde, fomos comer e descansar pro trabalho do dia seguinte. Mas ao acordar… eu dei de cara com um céu tão azul que fechei os olhos sem conseguir olhar pra claridade! Fazia tempo que eu não sentia essa felicidade gratuita. Óculos escuros, chinelinho e a câmera sem zoom, era tudo o que eu carregava! Eu tenho necessidade de estar só em algum momento e eu gosto muito de fotografar só e sem propósito e sem dono da minha fotografia. Sou eu comigo mesma, o meu cigarro que eu não fumo.
E parti, Paraty. Ruelas, becos, barcos, e muitas, muitas bandeirinhas que me deixaram leve, que me lembraram um São João no meio do sertão da Paraíba muitoooss anos atrás, que me lembraram festa Junina em clubes de Brasília, pescaria, barraca do beijo, correio do Amor…
Em Paraty, bandeirinhas de pano! Isso eu não vou mais esquecer! Dia azul, pé no chão, vento frio, eu e a câmera.
Beijo!
Carol
____________________