– Esse post tem uma primeira parte, é bem interessante se você ler o que aconteceu meses atrás, olha aqui.
Lá fui eu pra Niterói fotografar o barrigão de 34 semanas da Rachel e do Guilherme, porque, claro a barriga é dos dois.
Entrei na casa deles e fui olhando cada pedacinho… Engraçado que toda vez que eu ouvia suas histórias, imaginava os locais e claro quando cheguei nada era igual ao que imaginei. A casa da família do Lucas, assim que eu me sentia ali.
O quarto do Lucas.
O berço. Símbolo máximo de um quarto de bebê. Ela agora tem o seu berço, entregue na casa certa (pra entender clica no post anterior). Enfeites. Quadros. Memórias… Tudo planejado e sonhado por tanto tanto tempo… que até dói em pensar que aconteceu!
E ela me tira esse potinho de uma gaveta e me mostra. “Aqui estava guardado o embrião” – Hã???!! Era como se ela estivesse me mostrando o berço das nuvens. E está escrito “boa sorte” por alguma enfermeira com alma feliz. Ali se formou o embrião para ser congelado, acho que é isso, e quando postei essa fotografia no facebook, criei uma história, que fui imaginando na hora porque eu achei de uma delicadeza, de uma importância TÃO grande ela me mostrar esse potinho, que foi a primeira foto que postei. A história é a seguinte:
Um dia ela vai ter que dizer pro Lucas que cegonhas não existem… Que na verdade existe um Mago que vive num lugar bonito cheio de lagos e montanhas… bem friiiio com árvores com pontinhas de neve. Um dia, esse Mago abriu as portas do seu castelo, esticou os braços e disse: Atençãoooooo!!!! Vou escolher aqui quem vai ser o filhote da Rachel do Guilherme! – Fez-se um silêncio mas o Mago viu um potinho se sacudindo! Na octogésima prateleira do lado esquerdo no meio de 65427830 potes iguais. Chegou perto pra ver se era verdade e viu uma luz bem brilhante saindo de lá de dentro…. – Eu quero, por favor! Faz tanto tempo que estou aqui esperando, eles devem estar loucos de saudade de mim, sem nem me conhecer, por favor, Mago! – E diante desse pedido iluminado, ele se aproximou, abriu a tampa e disse:
– VAI! – e assoprou…. Vai, Lucas, vai atrás da sua FAMÍLIA!
E logo após implantar o embrião na Rachel, fizeram a ultra para ver se ele estava mesmo lá. Estava. E as fotos da Rachel e do Guilherme crianças sorrindo assim faziam tanto sentindo que juntei tudo na mesma imagem. É muito.
Fotógrafa na frente das lentes fica com vergonha. (menos eu que sou atirada hahahah)
Aí eu chamei o Guilherme para dar um suporte…
E logo começaram a chorar. Mas já!? Assim não consigo… assim não aguento…
E assim, agarrados e unidos, permaneceram na dor e na extrema alegria de alcançarem JUNTOS um sonho!
Rachel, sabia que eu me lembro muito muito de uma dia grávida do meu Francisco, andando aqui em Copacabana, e pensando: Desde criança eu quis ser mãe, estou grávida. E a Rachel? E se não for pra ser? E me doía tanto… e em vários momentos dentro da minha gravidez eu desejei que você um dia sentisse aquilo porque se eu merecia você merecia e fim de papo. Podia não ser. Podia ser de outro jeito sem barriga e com o coração. Mas sabe aquele desejo que você tinha? Eu também tinha de te ver assim, redonda…
E cada cantinho da casa eu via amor e via a família do Lucas.
O jardim que o Guilherme cuida com tanto carinho!
E uma respiração…
E num curso de fotografia que fizemos juntas tínhamos que escrever num papel o que queríamos pra gente num prazo breve. Ela escreveu “adoção”.
– Rachel, escreve o que você quer! Não é essa sua vontade primeira. – e em um segundo ela caiu em prantos. Eu, com a cara mais de bunda do universo não sabia se eu me matava ou fugia.
– Rachel, escreve, te ajudo.
– Não consigo!
Quando o medo de não conseguir supera a vontade de querer… é muito difícil. Conheço isso, a gente deixa de sonhar pelo medo de não realizar.
Entreguei a caneta e insisti, já que eu já tinha feito sem querer ela chorar e já estava me sentindo péssima. – Escreve o que você quer. Não significa que vai acontecer.
E ela escreveu “SER MÃE”. Ela acha que me engana, hehehehe, porque ser mãe ela seria sendo filho da barriga ou do coração. Ainda bem que ela escreveu, me senti menos pior rsrs
DOIS MESES DEPOIS ELA ESTAVA GRÁVIDA e os planos de adoção apenas adiado e não esquecido. É MUITA ALEGRIA!
E mais choro…
E mais abraço…
E cá estamos, aguardando o Lucas. As histórias só se tornam emocionantes quando há entrega, quando há troca. Ela se jogou no meu e-mail quando eu nem a conhecia. Se jogou tão profundamente que eu acolhi e sentei ao lado, na expectativa, na espera, ouvindo e dizendo para não parar de sonhar. Eu assisti de camarote essa história MARAVILHOSA dessa família amorosa, carinhosa e PRONTA para receber o rebento.
Bem vinda às noites em claro, o amor sem fim, a culpa, o rebolado pra esticar o tempo do dia, bem vinda ao universo do expandir os nossos limites! Bem vinda ao universo do primeiro ele depois eu. Bem vinda a essa loucura insana e maravilhosa que é a MATERNIDADE independente de como viesse o Lucas, do coração ou do útero.
Agora eu ando com Francisco pelas ruas e vez ou outra me pego pensando, ela vai saber o que é isso!
Sem mais, com AMOR GIGANTE
eu
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